sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O Labirinto do Fauno - Guillermo del Toro


Atualmente os mexicanos vêm fazendo bonito quando o assunto é sétima-arte, logo se tornaram os principais executores entre os latinos americanos e conquistaram uma audiência cativa nos Estados Unidos. Entre essa leva de atores e diretores que surgiram a partir do final da década de 90 estão Guillermo del Toro, Alfonso Cuarón, Alejandro González Iñárritu, Maribel Verdú, Gael Garcia Bernal, Diego Luma etc.

“O Labirinto do Fauno” de Guillermo del Toro foi escolhido para esse review, que é o primeiro da série de análises de filmes latinos.

Uma menina e sua mãe se mudam para uma região da Espanha onde ainda há combates da Guerra Civil, ambas passam a viver em uma mansão de propriedade militar. No jardim da casa em que agora reside a garota encontra um labirinto, que a leva a um mundo de fantasia.

É nesse tom fantástico que Del Toro constrói sua narrativa, com um roteiro criativo e com uma alta-qualidade de ambientações, figurinos, fotografia e efeitos-especiais, o diretor nos dá um belo espetáculo visual, não ficou nada a dever as produções norte-americanas e européias, o que ficou provado no Oscar.

O diretor através da mescla do real com o imaginário consegue criar uma poesia de tons melancólicos, seja pela situação da guerra ou pelas viagens imaginativas da protagonista que nos mostram o quão dura é uma situação de conflito e a forma na qual a menina lida com as mudanças que ocorrem no seu mundo.

O que é o trunfo do filme para alguns, para outros é ponto fraco. Muitos consideram um erro a mistura do real com imaginário e o fato do filme não “se decidir” entre adulto e infantil. Uma heresia por parte destes, como se no cinema fosse proibido alçar vôos com a imaginação, precisasse de explicações e finais sob medida como em uma novela.

Glauber Rocha certa vez disse que queria que os espectadores construissem o filme através da imagem que ele passava. Pena que muitos ainda tenham preguiça até de pensar.

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