terça-feira, 28 de agosto de 2007

Pobreza cinematográfica


Recentemente abateu sobre o mundo cinematográfico uma pesada nuvem de más notícias e maus presságios. Em um curto espaço de tempo o cinema perdeu dois de seus maiores gênios, o Italiano Michelangelo Antonioni e o Sueco Ingmar Bergman. Os mais pessimistas dizem que sem eles a sétima arte nunca mais será a mesma, integrantes da chamada geração Payssandú dão entrevistas, postam em seus blogs e fomentam acaloradas discussões sobre o futuro do cinema. No geral as expectativas por partes dos cinéfilos são ruins pois consideram que com a morte de ambos diretores, além da morte prematura de François Truffaut e mais tarde de Stanley Kubrick, o fim do cinema-autoral está próximo.


Essa visão pessimista acaba atingindo o alvo errado, já que os cineastas e roteiristas atuais são culpados pela falta de qualidade do cinema atual porém esses críticos do cinema contemporâneo se esquecem que filme hoje em dia virou produto de comércio. Empresas cinematográficas já possuem ações nas maiores bolsas de valores do mundo. O que gerou uma questão acima da qualidade da arte – o lucro. "Filmes cabeça", como alguns costumam chamar, não possuem uma grande aceitação por parte dos espectadores logo são postos de lado na avaliação de futuros projetos por parte dos estúdios. Houve uma troca de diálogos por ação, erotismo por tiros e talento por músculos.


Apesar dessa visão crítica antes exposta há muita gente fazendo cinema autoral e de qualidade, inclusive no Brasil como é o caso de Cláudio Assis (Amarelo Manga e Baixio das Bestas). Até dentro do mundo tão comercial de Hollywood surgem exceções que nos brindam com filmes de muita qualidade como Gus Van Sant, Lars Von Trier e David Lynch.


Não há um "desaprendizado" na maneira de fazer filmes mas sim uma nova geração que não sabe apreciar um bom filme,não possuem paciência para ler um livro ou escrever corretamente em seus e-mails e "scraps do orkut". A vida tornou-se tão corrida que os filmes que não acompanham esse ritmo são descartados. Infelizmente.

domingo, 26 de agosto de 2007

Música e imagem

Escolhi duas cenas clássicas que nada seriam sem a perfeita interação com a música, descrever e analisar essas cenas seria muita pretensão e perda de tempo, não é nescessário. Basta apenas ver e apreciar:

"Perfume de mulher":


"Era uma vez na América":

domingo, 19 de agosto de 2007

"Paranóia" - "Disturbia"


Estava para fazer a resenha deste filme há um bom tempo, não havia feito pela total falta de imaginação, não por minha culpa como verão adiante mas simplesmente por não saber como começa-la pois até agora não sei se elogio ou critico o filme. À análise:

Paranóia é um filme que segue a linha de todos os “suspenses teens” lançados ultimamente – casalzinho principal, sujeito misterioso, mulher bonita etc.

O que faz esse filme se destacar da grande maioria é que o roteiro dele é muito mais interessantes que todos os últimos filmes do estilo. Dessa vez a história não se passa em uma viagem de férias, nem numa escola e nem envolve um grande grupos de amigos que será salvo pelo considerado “loser” que se transformará no herói e ficará com a mocinha virgem. A história começa de forma bem interessante caso os roteiristas quisessem o filme poderia tomar outro rumo de tal forma que foi bem montado o roteiro.

Para que entendam melhor a sinopse do filme: “Kale (Shia LaBeouf) está sob prisão domiciliar por 3 meses, sendo que caso dê um passo além do perímetro de 30 metros irá para uma prisão de verdade. Desta forma ele vive em sua casa, jogando videogame, navegando pela internet, vendo TV e espionando as pessoas pela janela do seu quarto. Um dos seus alvos é Ashley (Sarah Roemer), sua linda vizinha que logo torna-se sua amiga e, para sua surpresa, também se interessa em espionar a vida alheia. Até que um dia eles passam a desconfiar que um dos vizinhos é na verdade um assassino.”

Prós e contras; o diretor e os roteiristas parecem terem esgotados sua imaginação até certo ponto do filme, não que a ação e a história decresçam com o avanço do filme mas ocorre uma sucessão de clichês, até cena plagiada de show de vizinha ocorreu, incluindo as seqüências finais que já foram vistas em 90% dos filmes do Jason – Que não detalharei para não fazer nenhum spoiler. Talvez para o público alvo que o filme pretende atingir tenha sido perfeito. E quem sou eu para discordar?

Os prós são a beleza de Sarah Roemer e ver que Shia LaBeouf realmente se tornou um bom ator e é por isso que vem emendando uma grande seqüência de filmes sem fazer feio, além é claro da primeira metade do filme como já havia citado.

Se me perguntarem se gostei do filme responderei afirmativamente, é um filme que prende a atenção e diverte, daria um 7,5 para ele porém recomendo a quem não paga meia-entrada a ir em um dia promocional pois o filme é legal mas não vale 20 reais. Aliás pelos preços do cinema hoje em dia deviam passar só coisas do nível de um Kubrick.

TRAILER:

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Vídeo-clipes!

Vídeo-clipes na minha opinião são subestimados já que não há nada melhor do que unir música e imagem e se no caso haver grandes idéias é melhor ainda, por isso hoje citarei os que considero os 3 melhores clipes já feitos, independente do meu gosto pela banda.
Selecionei os clipes que vão além da imagem do artista, podemos dizer que são curta-metragens.

3. Weezer - Buddy Holly
Clipe dirigido por Spike Jonze ("Quero ser John Malkovich" e "Adaptação") é talvez o trabalho mais famoso do diretor fora das telonas e com certeza esse clipe lhe abriu algumas portas. O que ele tem para ser tão bom? Nada demais, é apenas muito bem feito e divertido; a ambientação é perfeita e a idéia do diretor em refazer o seriado "Happy Days" casou perfeitamente com a música, mesmo quem não gosta da banda adora esse clipe e com razão.



2. Madonna - Frozen
Chris Cunningham é considerado por muitos o melhor diretor de vídeoclipes, rótulo merecido, seus clipes possuem um visual surrealista impressionante, todos fogem do lugar-comum. Uma espécie de David Lynch dos clipes só que um pouco mais surreal e digital. Frozen é com certeza o seu clipe mais famoso mas a grande parte dos seus fãs apontam outras obras como as melhores mas eu tenho preferência por esse pela forma como ele consegue interagir com a música sem estar nescessariamente ligada a sua letra. Adoro o visual desse clipe, principalmente essas cores saturadas que viriam a ser copiadas em todos os clipes de bandas pseudo-góticas.



1. Johnny Cash - Hurt
Dirigido por Mark Romanek que agora está começando um promissora carreira como diretor de cinema; o clipe não possui efeitos especiais, cenários diversos, uso de várias câmeras, atores famosos etc. É apenas Johnny Cash em seus últimos momentos e mais edições de imagens sobre sua vida e obra, um clipe triste porém belo, a música é excelente e na versão de Cash ficou perfeita, sintetizando perfeitamente aquele momento, o clipe se tornou uma despedida do lendário homem de preto e sua carreira se findou com um trabalho único no qual artista e diretor em menos de 5 minutos conseguiram transmitir emoções que muitos cineastas gabaritados penariam para extrairem em 2 horas.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Jennifer Connelly



Hoje mudarei um pouco a postagem, ela não homenageará ou analisará um filme ou estilo mas sim fará um “review” da vida de umas das mais belas e talentosas atrizes do cinema mundial, musa de qualquer cinéfilo que se preze. A atriz em questão é a americana Jennifer Lynn Connelly. Não me apegarei aos detalhes de sua vida pessoal para isso já existem vários sites que poderão lhes informar data de nascimento, local, idade, casamentos etc. O foco em questão é a sua vida profissional a qual se deu início bem cedo. Aqui dividirei em três partes a sua trajetória para facilitar a compreensão.

1 - Início e sucesso

Jennifer estreou nos cinemas aos 14 anos no filme “Era uma vez na América” do aclamado diretor Italiano Sergio Leone o mesmo de “Era uma vez no Oeste” e “Três homens em conflito”. Na ocasião Jennifer não fora escolhida por seu talento e sim pela semelhança entre o seu nariz e o da atriz Elizabeth McGovern que representava sua personagem (Deborah) na fase adulta.


Na seqüência veio “Phenomena” do diretor italiano Dario Argento que é cultuado como um dos grandes mestres do terror, o filme fez uma enorme sucesso na Europa porém esse sucesso se restringiu ao velho continente devido a má distribuição da fita nos Estados Unidos. No mesmo ano ela atua em “Sete minutos no paraíso”.


Até então Jennifer Connelly tinha mais notoriedade como modelo do que como atriz o que viria a mudar após estrelar “Labirinto” que até hoje é um dos seus filmes mais notórios, o qual atua junto de David Bowie que dizia a achar muito parecida com Elizabeth Taylor. Com o sucesso do filme Connelly viu sua carreira deslanchar, o filme foi sucesso mundial e sua atuação era elogiada por críticos de inúmeros veículos.


Após tanto sucesso Jennifer possuía tudo para se tornar uma grande estrela porém ainda não seria dessa vez, a atriz estrelou “Étoile” que até hoje é um filme “obscuro” e logo após emendou um seqüência de filmes adolescentes; “Essas Garotas”, “Hot Spot”, “Construindo uma carreira” e “Rockeeter” . O primeiro e o terceiro viriam a se tornar clássicos da década de 90 na TV brasileira na popular “Sessão da Tarde”. Jennifer se tornara um atriz com reconhecimento de público mas não de crítica, apesar do sucesso de algum desses filmes a atriz ainda era mais lembrada pelo seu papel em “Labirinto”.

2 - Período de Penumbra

Posteriormente ao período “musa teen”, estereótipo que a atriz diz odiar ter encarnado, Jennifer fez uma sucessão de filmes “apagados” inclusive um filme chamado “O coração da Justiça” do diretor brasileiro Bruno Barreto. Apesar de alguns grandes projetos e atuações ao lado de grande atores, Jennifer ainda não fazia parte do grande escalão de Hollywood. Seu único sucesso notório no período entre 92 e 99 foi o filme de ficção científica “Cidades das sombras” que inesperadamente deu um novo gás a sua carreira.

3 - Estrelato e aclamação

Após obter novamente visibilidade com “Cidades das sombras” a atriz foi convidada pelo então novato Darren Aronofsky para um filme baseado no livro “The last exit to Brooklyn”, o filme em questão era “Réquiem para um sonho”, filme totalmente atípico para os padrões hollywoodianos porém se tornou um enorme sucesso, alavancando e reavivando a carreira não só de Jennifer mas do diretor e de todos os protagonistas. Connelly recebeu seus primeiros prêmios na carreira e assim passou a ser vista como uma ótima atriz que poderia dar vida a papéis complexos.


O sucesso do filme chamou a atenção de Ron Howard que a convidou para o filme “Uma mente brilhante”, baseado na vida do matemático John Nash. Filme o qual mudou a sua vida, dizer que Jennifer Connelly foi bem no filme não faria jus a sua atuação; a atriz simplesmente venceu todos os prêmios os quais concorreu, incluindo o Oscar de melhor atriz coadjuvante.

Finalmente justiça havia sido feita, Jennifer estava entre as maiores atrizes do mundo. Após o sucesso Connelly participou de uma seqüência de grandes filmes (alguns bons e outros nem tanto) mas o que merece uma menção especial é “Casa de areia e névoa”. Em minha opinião um filme altamente injustiçado nas premiações, tanto filme como os atores que dele participaram. Um drama comovente e ambíguo que devido aos talentos nele contidos passou longe de parecer uma novela mexicana. Para muitos a atuação da vida de Jennifer, tanto que após dele viria a ser chamada de “a nova Meryl Streep” por alguns especialistas.


Seus dois últimos filmes foram lançados no ano de 2006, ambos grandes sucessos e atualmente a atriz finalizou o drama “Reservation Road” (sem data de lançamento para o Brasil), gravou a voz na animação infantil “9” e começará a rodar “Born” junto com seu marido – o ator inglês Paul Bettany.